A G16U é uma locomotiva diesel-elétrica fabricada pela EMD entre 1963 e 1967 inspirada no modelo MRS-1 da ALCo e um aprimoramento das bem sucedidas G12, que vinham mostrando-se um sucesso de vendas. O modelo G16 possui potência de 1.950HP, 100.800Kg, atingem a velocidade máxima de 100Km/h, e design e mecânica muito similares às G12, com as opções de rodagem B-B; A-1-A+A-1-A e C-C. As principais modificações realizadas no projeto das G12 foram feitas nos freios dinâmicos, truques e motores adaptados para a bitola métrica, e esteticamente, são notoriamente distintas das G12 pelo corpo mais alongado. Ao todo, foram vendidas XXX unidades, para clientes no Brasil, Egito, Hong Kong, México, Espanha e Iugoslávia.
A primeira aquisição foi realizada pela Egyptian National Railways , que adquiriu 17 unidades de bitola Standard(1,435m) entre 1960-61(numeradas 3301-3316) e outras 44 locomotivas entre 1964-65(numeradas 3317-3361). Dessas, as unidades 3304, 3329 e 3361 foram capturadas pelo Exército de Israel durante a Guerra dos Seis Dias, e como espólio de guerra, renumeradas 161 a 163. Por volta de 2013, as locomotivas 161 e 162 continuavam operacionais na Israeli Railways, enquanto a 163(antiga 3361) encontrava-se preservada no Israeli Railway Museum. No mesmo ano foram encomendadas 4 unidades para a Kowloon-Canton Railway, em Hong Kong. Numeradas 56 a 59, as três primeiras máquinas foram fabricadas pela EMD nos Estados Unidos em 1961, ao passo que a última(59) foi entregue fabricante australiana Clyde Engineering cinco anos depois. Por volta de 2012, as locomotivas nº56 e nº58 operavam em sua forma original, ao passo que a nº57 havia sido aposentada em 2009 e a nº59 reconstruída após uma colisão e equipada com um novo motor a diesel modelo 16-645E.
Para clientes no México, foram adquiridas 24 máquinas G16 pela NeM- Nacionales de Mexico, para a operação nos diversos ramais secundários da companhia, que careciam de máquinas pequenas e ágeis para as operações. As máquinas vendidas para a NeM possuem freios dinâmicos modificados, e as 13 primeiras unidades(numeradas 7300 a 7312) possuem uma cabine personalizada, ao passo que as demais 11(numeradas 7313 a 7323) possuem a cabine padrão do fabricante. Por volta de 2010 a maioria das máquinas encontrava-se operacional e em boas condições. A EMD fabricou 15 unidades G16 em bitola Ibérica(1,668m) para a espanhola Renfe, que identificou as máquinas como Classe 1900. Posteriormente(até 1973), foram fabricadas outras 93 unidades pela Macosa, fabricante espanhola à qual a EMD cedeu a licensa do projeto. Essas locomotivas fabricadas na Espanha possuíam diversas alterações em relação ao projeto original, como as cabines duplas, disposição interna dos componentes diferente das G16 originais e aparência estética distinta. Foram aposentadas nos anos 1990 e substituídas por modelos mais modernos e potentes. A JŽ/ЈЖ- Yugoslav Railways adquiriu algumas locomotivas, identificadas como JŽ Série 661, apelidadas de Kennedi, em alusão ao então presidente dos Estados Unidos John F. Kennedy. Após a dissolução do Estado da Iugoslávia em 1991, as locomotivas da antiga estatal foram repassadas para as empresas croata Hrvatske željeznice, a sérvia Железнице Србије/Železnice Srbije e a bósnia Željeznice Federacije Bosne i Hercegovine. As locomotivas da Croácia foram aposentadas em 2007(salvo seis unidades modernizadas como 2043 Series), e por volta de 2012 havia três locomotivas operacionais no Kosovo(modernizadas em 2008) e vinte e cinco na Sérvia.
No Brasil, foi a EFVM que se interessou na aquisição dessas novas locomotivas. Com os bons resultados obtidos com as G12 e a necessidade de formar composições de carga mais longas e pesadas, principalmente trens de minério com as novas gôndolas MI para Car Dumper, fazia-se necessária a aquisição de locomotivas de maior potência, frente às composições que mobilizavam sete máquinas G12 para as operações. Foi encomendado pela EFVM que as locomotivas fossem equipadas com motores 16-567 aspirados para obter melhor desempenho.
Por volta de 1966 começavam a trafegar em testes os primeiros trens com 5 máquinas G16 e 150 gôndolas, que eram as maiores composições a circular no País na época. Numeradas 601 a 641, as 40 locomotivas foram adquiridas para todo tipo de serviço na extensa ferrovia que ligava Vitória a Belo Horizonte e diversas pequenas e médias cidades nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo em seus 900 quilômetros de linhas e pátios de manobras. As unidades 612 a 626 são de origem canadense(fabricadas na GMDD) enquanto as demais são estadunidenses. Com a chegada das ML4000 da Krauss Maffei e as DDM45 da EMD, as G16 passaram a ser designadas para serviços de manobra nos pátios e helper na linha tronco. Com o tempo, passaram a realizar serviços gerais na FCA e transporte de passageiros na EFVM, e foram modernizadas com novos motores 645E, para melhor desempenho e confiabilidade, e tanques de combustível de maior capacidade, passando de 3.875 para 4.800 litros. Até 2015 apenas 4 unidades foram baixadas, havendo 36 locomotivas em operações na EFVM.
Imagens:

Locomotiva 003 da Kosovo Railways nas proximidades de Priština. Foto de Kabelleger, em julho de 2009

Unidade 627 da EFVM com a pintura da Vale tracionando uma composição de minério, no Espírito Santo. Foto de Lucas Campos
Fontes: Ferrecoclube(Http://www.ferreoclube.com.br); Railpictures.net(Http://www.railpictures.net); Wikipédia(Https://en.wikipedia.org/wiki/EMD_G16); Vale S.A.(Http://www.vale.com/PT/Paginas/Landing.aspx); Railroad Picture Archives.net(Http://www.rrpicturearchives.net).