A EMD GL8 é uma locomotiva diesel-elétrica de médio porte fabricada entre 1960-1965 para diversas companhias ferroviárias ao redor do mundo, principalmente para países em desenvolvimento, como Brasil, Paquistão Oriental e Tunísia. Foram locomotivas fundamentais para a dieselização das ferrovias brasileiras, por serem máquinas leves de pequeno porte, assim como as demais da Série G(General), e adaptáveis para qualquer bitola entre 0,914m e 1,676m, características que as tornam ideais para ferrovias com restrições de gabarito e peso. Foram fabricadas 137 modelos com rodagem B-B e 12 com rodagem A-1-A-A-1-A.
No Brasil, foram adquiridas 8 unidades pela Rede Mineira de Viação(2851-2858); 23 pela Cia. Mogiana(51-73); 5 pela E.F. Noroeste do Brasil(1001-1005); 18 pela RVPSC(1401-1408) e 15 pela E.F. Sorobabana(3601-3615). As GL8 foram essenciais no processo de dieselização das ferrovias no Brasil, com a substituição das vaporosas nas linhas principais. Com exceção da EFNOB, na qual realizavam serviços secundários, essas locomotivas foram usadas em linhas com grandes restrições de gabarito e peso, nas quais outras máquinas teriam grandes dificuldades em trafegar. As demais unidades no exterior foram vendidas para Taiwan(12), Paquistão Oriental(41), Irlanda(15) e Tunísia(12).
As GL8 tiveram a preferência por essas empresas na aquisição por serem da EMD, fabricante que na época possuía maior presença no mercado brasileiro, e que portanto, tornava mais fácil a obtenção de peças de manutenção para as novas locomotivas. Com o passar do tempo, algumas unidades foram modificadas, como as da Mogiana que possuíam duas janelas a mais na cabine(modificação removida pela companhia posteriormente) e algumas unidades que operaram no Sul que receberam truques A-1-A de locomotivas EMD G12 A-1-A-A-1-A que foram modificadas p/ B-B pela RFFSA.
Atualmente, a unidade #3622 da VLI(que estava ainda com a pintura da FCA Fase I) foi recolhida pela ABPF para preservação e será pintada nas cores da Mogiana, sua adquirente inicial, e renumerada para #57. A maioria das demais locomotivas ainda ativas opera com trens de manutenção, principalmente em linhas secundárias. São locomotivas que possuem bom desempenho, porém, estão ficando obsoletas, além de terem baixa potência, fatores que estão as levando à aposentadoria e sendo substituídas por modelos mais modernos.
No Ferreomodelismo, não há fabricação em escala de modelos dessa histórica locomotiva. Todos os modelos existentes são produzidos artesanalmente, e disponibilizados em todas as pinturas que essas belas máquinas já recebereram ao longo do tempo, que são as seguintes: EFS, CMEF, RFFSA Fases I e II, Fepasa Fases I, II e III, FCA Fase I, VLI, ALL Fases I e II e FTC. Já quanto às modificações, é muito raro encontrar modelos fora da versão original. A GL8 é, sem dúvida, uma locomotiva lendária cuja história é essencial para compreender o processo de dieselização das ferrovias brasileiras e um modelo diferencial para os ferreomodelistas.
Imagens:

Locomotiva GL8 da Mogiana, com as características cinco janelas, modificação criada e posteriormente desfeita pela própria CMEF
Fontes: Ferreoclube(Http://www.ferreoclube.com.br); Museu Ferroviário Paulista(Http://www.facebook.com/museuferroviariopaulista/?fref=ts); Centro-Oeste(Http://www.vfco.brazilia.jor.br); ABPF(Http://www.abpf.org.br); Segis & Mascarini(http://www.segisemascarini.com.br); Hobbytec Modelismo(Http://www.hobbytec.com.br).